- Por Ilídia Pinto
Concluída a aquisição pela Cegid, a empresa quer ser “líder incontestada” em todos os segmentos e mercados onde opera. E há novas compras à vista, admite o CEO
O Grupo Primavera, que foi comprado pela Cegid este verão, dando origem a uma operação com mais de 1300 colaboradores, 700 parceiros e uma faturação pró-forma de 150 milhões de euros, este ano, quer chegar a 2026 como líder de mercado incontestado em todos os segmentos e em todos os países onde opera. Para tal, Santiago Solanas, que se mantém como CEO da nova entidade, admite que a intenção é crescer “organicamente e por aquisição”, o que permitirá mais do que duplicar o volume de negócios e chegar aos 375 milhões de euros.
“Já somos líderes em muitos segmentos de mercado em Portugal e na África Lusófona também. Em Espanha, temos uma posição muito sólida na área da contabilidade, mas temos caminho a fazer, por exemplo, no mercado das PME. Nos recursos humanos, somos líderes destacados em Espanha no segmento médio e alto das companhias, mas não tanto em Portugal ou nos países da América Latina”, explicou, em declarações ao Dinheiro Vivo, à margem do primeiro encontro de parceiros do canal ibérico e africano, que reuniu cerca de 700 participantes no Super Bock Arena-Pavilhão Rosa Mota, no Porto.
Um encontro destinado a partilhar “o novo portefólio de soluções disponíveis para abordar a estratégia de transição digital do tecido empresarial”, bem como “a visão estratégica da marca para ultrapassar os desafios tecnológicos que se avizinham, através de soluções suportadas na cloud”. Um momento aproveitado por Santiago Solanas para anunciar que, nos próximos meses, será feita a transição da assinatura atual Grupo Primavera, a Cegid Company, simplesmente para Cegid.
“Há muita coisa que é preciso mudar, designadamente nos websites, etc., mas o que quisémos foi dizer que o caminho será esse”, diz Santiago Solanas, que agora é CEO da Cegid Ibéria, América Latina e África Lusófona. E que, além de se manter como acionista, tem assento no Comité Executivo da Cegid. “O que é importante, porque significa que temos uma voz no comité mundial”, frisa.
Sobre a junção das duas empresas, Santiago Solanas garante que faz sentido porque se trata de dois grupos que “partilham a mesma visão, valores e cultura”. Por outro lado, são duas companhias “muito complementares”, quer em termos de mercados quer em termos de produtos. A estratégiua de expansão passa por novas aquisições, a primeira das quais foi já concretizada, com a compra da Gestión Remota, empresa espanhola de software de mobilidade para a gestão de trabalhos de manutenção em tempo real. Fundada em 2006 e sediada em Madrid, a Gestión Remota tem mais de 220 clientes, principalmente em Espanha, mas também no Reino Unido, Chile e Colômbia, que se dedicam maioritariamente à atividade de proteção e segurança contra incêndios.
“Temos sempre várias negociações ativas, mas creio que este ano já nhão acontecerá mais nenhuma, serão para 2023”, refere o responsável. Em termos geográficos, a aposta é nos mercados onde já estão – Ibéria, África Lusófona e América Latina. Quanto a áreas de negócios e produtos, “qualquer um que complemente o nosso negócio e a nossa oferta”, diz, sublinhando que estão atentos a tudo, desde startups a grandes companhias. “Não nos detém nem o tamanho, nem o tipo de companhia. Tem é que nos trazer uma equipa que nos diferencie, um produto que complemente a nossa oferta ou que nos permita liderar um segmento de mercado em que não estejamos ainda”, frisa o gestor.
Com uma “forte ambição internacional”, a Cegid é hoje umgrupo com escritórios em 22 países e presença comercial em 130 mercados. Líder em soluções de gestão baseadas na cloud para profissionais dos setores financeiro (tesouraria, fiscalidade e ERP), de recursos humanos (processamentos salariais e gestão de talentos), contabilístico, retalhista, para empreendedores e pequenas empresas, conta com 4400 colaboradores e oito mil parceiros em todo o mundo, sendo que deverá fechar o ano com uma faturação de 800 milhões de euros. Destes, 150 milhões são o contributo da Ibéria, com a integração das empresas Meta4 e Visualtime, além da Ekon, Prosoft, Contasimple, Billage, GSE, Diez Software, Profiture, Club del Asesor, Primavera BSS, Yet, Valuekeep, Eticadata, Cloudware, SAFTOnline, todas pertencentes ao Grupo Primavera.